quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

O Preço

(perdão pelo teor do texto,
não se repetirá,
mas achei que ficou bom)






Ela está nua.
Uma mão agarra-lhe a nuca
com força, e desce por seu pescoço.
Encontra seus seios rígidos,
e neles se detém.
Volta a descer, ladeia seu corpo,
apalpando-lhe a coxa firme, porém macia.
Não basta-lhe a bela perna,
não é o que procura, sabe o que é.
Sobe em direção a seu objetivo.

Finalmente. Finalmente a procura acaba...
Perde-se, então, em seu íntimo,
não há como contê-la.
Um sussurro, um quase inaudível gemido.
Aquela mão... determinada, impetuosa.
Aquela mão lhe possui, possui seu corpo.
O êxtase chega, ela desfruta alguns segundos
de prazer, e ele logo vai embora.
Ela olha ao redor. Está na cama,
não há ninguém em volta, apenas ela.
A dor vem. Sente pena de si mesma,
pois sabe que pagou o preço,
o preço de ser sozinha.
E.N.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Covarde!





Sentimento covarde,
sentimento
maligno.
Pensas ser melhor que os outros,
mas como, como é possível?
Podes ser maior, sim, eu concordo,
mas mesmo assim um covarde.
Ousas atacar-me por ser eu
indefeso contra ti,
por nada poder fazer para resistir.
Não sei por que insistes em me machucar,
se nunca lhe fiz mal.
Já tu me maltratas, me usas,
persistes em invadir meu peito
mesmo quando a ti mando embora.
Suma! Afaste-se de mim,
não o quero, não posso contra ti.
Em ti não confio, pois és forte,
és perverso, és o Amor.
E.N.

Estou só!


Solitário no calar da noite, cá estou.
Eis que ponho-me a pensar, a recordar velhos momentos.
Momentos felizes, que fazem as lágrimas caírem,
momentos tristes, aos quais as lágrimas não se contêm.
Como ei eu de contê-las,
se nelas
estão o verdadeiro sentimento.
Se nessas pobres gotas debatem-se a essência do humano,
não há c
omo prendê-las.
Nas lágrimas
que agora correm por minha face
vejo o amor em confronto com o ódio,
a humil
dade luta contra o orgulho, dilacerando meus feitos.
Não sou nada sem meu orgulho, nada.
Orgulho-me de ter odiado,
orgulho-me de ter errado,
e também por ter amado.
Pois foi odiando que eu errei,
foi erra
ndo que amei,
e foi amando que eu senti,
foi amando que eu vivi.
E.N.